sexta-feira, 2 de abril de 2010

Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor

5.º Domingo da Quaresma

Quinto Domingo da Quaresma

Isaias 43,16-21 – Salmo 125 – Filipenses 3,8-14 – João 8,1-11

As Leituras de hoje põem a misericórdia de Jesus em oposição à Lei, que condena sempre. A Leitura de Isaias já diz: “Não fiqueis a lembrar coisas passadas, não vosa preocupeis com acontecimentos antigos. Eis que vou fazer uma coisa nova, ela já vem despontando, não a percebeis?” (Isaias 43,18-19). As coisas antigas são a Lei. A coisa nova é a misericórdia de Jesus Cristo. Na Leitura da Carta aos Filipenses temos o mesmo pensamento: “esquecendo-me do que fica para trás e avançando para o que está adiante, prossigo para o alvo, para o prêmio da vocação do alto, que vem de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3,13-14). São Paulo o recorda no mesmo capítulo da Carta, que foi perseguidor da Igreja e prendeu muitos cristãos inocentes, sendo responsável até pela morte de alguns. Mas quando recebe o batismo e tem os pecados perdoados entrega-se a Jesus Cristo de uma tal e radical maneira que diz “que nada lhe pesa na consciência” (2Timóteo 1,3). “Nós, porém, sentimo-nos na obrigação de incessantemente dar graças a Deus a respeito de vós, irmãos queridos de Deus, porque desde o princípio vos escolheu Deus para vos dar a salvação, pela santificação do Espírito e pela fé na verdade. E pelo anúncio do nosso Evangelho vos chamou para tomardes parte na glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Tessalonicenses 2,13-14). Ou seja, é pela misericórdia de Deus, por graça que todos temos a esperança da salvação. Se o Reino de Deus fosse um reino de justiça e não de misericórdia quem sobreviveria? “Se tiverdes em conta nossos pecados, Senhor, Senhor, quem poderá subsistir diante de vós? Mas em vós se encontra o perdão dos pecados, para que, reverentes, vos sirvamos” (Salmo 129,3-4).

A misericórdia de Jesus Cristo é ilustrada de forma magistral no Evangelho. Como podemos condenar alguém se nós somos salvos pela misericórdia de Deus? A lei de Moisés mandava apedrejar os homens também pois ninguém comete adultério sozinho. “Quem dentre vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra!” (João 8,7). Ninguém atirou e foram-se retirando a começar pelos mais velhos. Diante de ninguém ter condenado a adúltera, Jesus também diz: “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais.” (João 8,11).

Estas frases servem para nós. Se é por misericórdia que temos esperança, como podemos “atirar pedras” em alguém? E a misericórdia de Jesus Cristo que não castiga, mas liberta totalmente? Preocupamos-nos demais e muitas vezes carregamos consciência pesada porque queremos apoiar-nos em nossos próprios atos e não na misericórdia de Deus, que é tão grande. Se temos esperança, é pela enorme misericórdia de Deus. Não é tão fácil se confessar ao padre? Só não confessam os orgulhosos, os que dizem que o padre é um pecador como eles. O que queriam que descesse um anjo do Céu para confessá-los? Quem perdoa é que dá as condições do perdão. E Jesus Cristo disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados. Aqueles aos quais o retiverdes ser-lhes-ão retidos” (João 20,22-23).