34.º Domingo do Tempo Comum – Ano B – 2009
Nosso senhor jesus cristo, rei do universo
Daniel 7,13-14 – Salmo 92 – Apocalipse 1,5-8 – João 18,33b-37
Com este domingo iniciamos a última semana do Ano Litúrgico. Contemplamos Jesus Cristo, sentado à direita do Pai e que virá para julgar os vivos e os mortos. Quando Deus criou o homem e a mulher os fez à Sua Imagem para serem seus representantes no mundo visível, reis do mundo visível. Pelo pecado eles perderam essa condição real e a entregaram a satanás. Por isso diz a Primeira Carta de São João 5,19: “Sabemos que somos de Deus, e que o mundo todo jaz sob o Maligno” (1Jo 5,19). Jão se faz carente de Jesus Cristo, por sua paixão e morte recupera o reinado do homem sobre a natureza. Por que Ele não se faz carente de nenhum bem da natureza, nem das pessoas. Jesus Cristo só depende do Pai para viver. Assim tem poder sobre tudo pois não precisa de nada para viver: só do Pai. Quem precisa de algo não sabe se possui esse algo ou se esse algo o possui. As paixões humanas nos escravizam.
A leitura da Profecia de Daniel traduz essa realeza de Jesus Cristo recuperada em favor do homem. E o Salmo também celebra a mesma coisa. A leitura do Apocalipse já acrescenta algo a mais: Jesus é a testemunha fiel do Pai, o primeiro a ressuscitar de entre os mortos, o soberano dos reis da terra (Apocalipse 10,5). Fez de nós um reino e sacerdotes para Deus, seu Pai (Apocalipse 10,6). Somos sacerdotes com Jesus Cristo na medida em que participamos de sua Cruz e de sua Paixão. Ele é o Alfa e o Ômega (Apocalipse 10,8), o começo e o fim de todas as coisas, todas as coisas são por ele e para ele.
No Evangelho de São João, Jesus relaciona o seu reino, que não é deste mundo com a Verdade. Por que? Jesus diz que veio dar testemunho da Verdade. “Quem é da Verdade escuta a Sua Voz” (João 18,37). Que Verdade é essa? Antes do pecado de Adão e Eva eles viviam a Verdade. Eles não viviam dos frutos das árvores do Paraíso, mas de Deus que era o doador de todos os bens. São João Batista recorda a mesma Verdade: “João replicou: Ninguém pode atribuir-se a si mesmo senão o que lhe foi dado do céu” (Jo 3,27). Então a criatura, toda criatura vive, na Verdade, do Criador, a Fonte de todos os bens. Só Ele pode dar vida eterna, como deu esta vida mortal às suas criaturas humanas. O pecado consiste em crer que a nossa segurança está nas criaturas, no poder, no dinheiro, na fama e nos aplausos, no sucesso que fazemos diante dos outros. Tudo isso é vaidade. “Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade” (Eclesiastes 1,2). Nada disso serve para dar vida eterna a nenhuma pessoa humana. Jesus Cristo vive a Verdade, pois, como já dissemos vive somente do Pai, sem se fazer carente de nenhuma criatura humana. A Vida brota do Pai e de mais ninguém, de nenhuma criatura. Mesmo que morrêssemos de fome, por fidelidade a Deus, Ele nos ressuscitará. Esta é a grande Verdade bíblica: o pecado está em confiar nas criaturas como sustentação da nossa existência. Devemos nos apoiar só em Deus. “Só Deus basta!” já dizia Santa Teresa de Jesus. E São Luís Maria Grignion de Montfort também tinha um mote que dizia: “Deus só”. Reinamos com Jesus Cristo na medida em que somos livres das criaturas como nosso sustento e nos apoiamos só
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