Primeiro Domingo do Advento – Ano C – 2010
Jeremias 33,14-16 – Salmo 24 – Primeira aos Tessalonicenses 3,12-4,2 – Lucas 21,25-28.34-36
Começa hoje um novo Ano Litúrgico, Ano C. O Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento. O Tempo do Advento é conhecido como uma preparação para o Natal. Na verdade, porém, não é tanto uma preparação para o Natal, mas para a Segunda Vinda do Senhor, que pode se dar a qualquer momento. O Natal é uma recordação de como Deus foi fiel às promessas feitas aos profetas e enviou o Salvador. Assim Deus será também fiel e o Senhor virá para julgar os vivos e os mortos, como dizemos no Credo.
A Leitura do Profeta Jeremias nos mostra que Deus dará bens eternos a Israel e Judá. Aqui Israel e Judá simbolizam a Igreja de Jesus Cristo. Tais bens eternos foram conseguidos por Jesus Cristo, “a semente da justiça que fará valer a lei e a justiça na terra” (Jeremias 33,15). Jesus Cristo é a nossa Justiça (cf. Jeremias 33,16) pois restaurou as coisas como eram antes do pecado original, quando a pessoa humana vivia exclusivamente da graça de Deus e não das criaturas ou dos frutos do seu trabalho. Daí é que vem que o Reino de Deus pertence aos pobres (cf. Mt 5,3), pois estes se fazem dependentes de Deus, ao passo que os ricos se apóiam nas suas riquezas (criaturas) que não podem, como Deus, dar vida eterna a ninguém.
O salmo 24 responde à Leitura de Jeremias, pedindo a Deus a sabedoria para discernir os caminhos do Senhor e O louva por seus caminhos serem de amor e de verdade e por ter misericórdia dos pecadores arrependidos dos seus pecados.
A Primeira Carta aos Tessalonicenses exorta ao amor e à santidade de vida para o dia da vinda do Senhor que vem para julgar. E lembrando o ensinamento dos Apóstolos de como as pessoas devem viver para agradar a Deus. E exorta a progressos ainda maiores!
O Evangelho de São Lucas nos lembra que as últimas realidades a acontecerem antes da vinda do Senhor serão apavorantes para os que não tiverem a paz de Jesus Cristo. Para os bons cristãos será uma hora de vitória pois a sua libertação (da tentação, do pecado) estará próxima. E dá algumas recomendações para se preparar para a segunda vinda do Senhor: não se deixar levar pelos prazeres da carne (gula, embriaguez) e nem pelas preocupações da vida (dinheiro, segurança pessoal...). Recomenda também a oração constante para viver esses últimos momentos em comunhão com Deus e fazendo somente a Sua Vontade, a fim de não se aterrorizar com a vinda de Jesus Cristo.
Como conclusão, o que devemos viver é o Evangelho e viver o Evangelho é viver cada vez mais dependente só de Deus e cada vez menos das criaturas, não temendo a nenhum acontecimento, mas temendo somente se separar de Deus pela própria fraqueza. A oração não é só vocal, mas mental, para compreender todo o mistério de Jesus Cristo, como Maria Santíssima fazia (Lucas 2,19.51). Uma excelente conclusão para este primeiro domingo do Advento é o próprio cântico de Maria em Lucas:
“E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,
meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre” (Lucas 1,46-55).
A humildade de Maria que comoveu a Deus é conseqüência de sua Imaculada Conceição. Ela é a cheia de graça, porque não se apossa de nada que lhe deu o Senhor Deus. Tudo nela continua a ser plenamente de Deus, em total disponibilidade para Deus. Por isso ela pode dizer: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1,38).
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