QUARTo Domingo do Tempo Comum – Ano C
Jeremias 1,4-5.17-19 – Salmo 70 – Primeira Carta aos Coríntios 12,31-13,13 – Lucas 4,21-30
A Oração antes das Leituras, mais uma vez nos dá uma sugestão do tema das Leituras: “Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração, e amar todas as pessoas com verdadeira caridade”. O tema de hoje é o amor a Deus, nosso Criador e o amor à Verdade. Jesus disse: “Eu sou a Verdade” (João 14,6).
A Leitura de Jeremias traz o amor de Deus por Jeremias profeta, antes até de formá-lo no ventre materno. O amor de Deus elimina o nosso medo. De fato, se há a ressurreição para os que estão na graça de Deus para que ter medo, até da morte? Deus está do lado do seu profeta, de modo que os inimigos não prevalecerão. Também para São Paulo: “Que diremos depois disso? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8,31).
A vida cristã se caracteriza antes de tudo por uma enorme ação de graças a Deus Criador e isto é o que afirma o Salmo de hoje. Estar em ação de graças a Deus é publicar suas graças imensas e incontáveis.
A Leitura da Primeira Carta aos Coríntios traz o famoso Hino da Caridade, que permanece até na eternidade, quando não mais haverá fé nem esperança. Isto porque Deus é Amor. E a vida eterna é viver a vida de Deus. As características da Caridade estão todas elencadas nessa Leitura. Merece uma meditação cuidadosa. A caridade está em profunda relação com a Paz de Cristo. Quem não perde a Paz de Cristo não perde a caridade. Quem perde a Paz de Cristo logo perde também a caridade e se irrita contra o próximo, ficando com raiva dele e até invejando-o. Pecamos, geralmente, quando perdemos a Paz de Cristo. Se conservarmos a Paz de Cristo venceremos muitas tentações, porque para o cristão só Deus é Absoluto e a relação com Ele é que deve ser protegida de modo especial. Tudo o mais é relativo, até a morte é relativa.
No Evangelho, Jesus fala a Verdade mas os nazarenos não aceitam a verdade que está nas Escrituras. Parece que ela os ofende. No entanto, o amor à Verdade é um critério para encontrar Jesus Cristo: “Disse Pilatos: Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo. Perguntou-lhe então Pilatos: És, portanto, rei? Respondeu Jesus: Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?...” (João 18,35-38). Quem busca com sinceridade a Verdade, acaba encontrando Jesus Cristo. Acontece que esta não é virtude de muitas pessoas. Até muitos católicos não buscam a verdade, mas preferem fugir de Jesus Cristo e se refugiar em superstições, fazendo até dos objetos santos da fé e até dos sacramentos superstições para objetivos terrenos de saúde e sorte. Deus não precisa de água benta para amar ninguém. E quantos põem toda a confiança em água benta? E fazem das imagens objetos de sorte e “proteção”. Deus ama seus filhos e não precisa nem de imagens, nem de água benta para amá-los, nem de correntes. Até muitos católicos fogem da verdade, que está nas Sagradas Escrituras, principalmente no Evangelho de Jesus, e se portam como pagãos! São cegos conduzindo outros cegos... “Deixai-os. São cegos e guias de cegos. Ora, se um cego conduz a outro, tombarão ambos na mesma vala” (Mt 15,14). “Jesus então disse: Vim a este mundo para fazer uma discriminação: os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos. Alguns dos fariseus, que estavam com ele, ouviram-no e perguntaram-lhe: Também nós somos, acaso, cegos?... Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado, mas agora pretendeis ver, e o vosso pecado subsiste” (João 9,39-41). Quem é cego não busca a Verdade. É duro de aceitar, mas muitos batizados estão muito longe da verdade e se comportam como pagãos.