Domingo da Epifania
Isaias 60,1-6 – Salmo 71 – Efésios 3,2-3a.5-6 – Mateus 2,1-12
Todas as festas após o Natal traduzem um aspecto desta festa. O Senhor veio para ser um sinal de contradição (Lucas 2,34). Por esta razão, logo após o Natal temos a festa dos Mártires Inocentes, lembrando que são os perseguidos com Jesus Cristo que possuirão o Reino dos Céus. Depois temos a Solenidade da Santa Mãe de Deus. Se Jesus Cristo é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, é Deus feito homem, é Deus, e então, Maria é a Mãe de Deus. Seu Filho é Deus. E temos hoje a Festa da Epifania, que em alguns lugares do Oriente é mais importante que o Dia de Natal. Significa, como se diz na Carta aos Efésios lida hoje, que Jesus Cristo não veio só para Israel, mas para todos os povos da terra, é o Salvador, não de Israel, mas da humanidade inteira, representada pelos Magos. Estes, que não eram israelitas estavam mais atentos à vinda do Messias que o próprio povo de Israel. Dentro do Evangelho há muitas passagens que sugerem que Jesus veio para toda a humanidade. Por exemplo, o centurião que pede a cura de seu servo, de quem Jesus diz que nem em Israel encontrou tanta fé; a mulher siro-fenícia; a parábola do Bom Samaritano; e o centurião diante da Cruz que é o único a dizer que Jesus era mesmo o Filho de Deus, quando os judeus preferiram Barrabás, um assassino. É claro, pelos Evangelhos e pelos Atos dos Apóstolos, que Jesus veio para a humanidade inteira e a sua salvação se manifesta até aos confins da terra (Salmo 71).
Os bispos da América, reunidos em 2007, em Aparecida do Norte, lançaram a Missão Continental, um estado permanente de missão ao qual a Igreja na América deve se acostumar. Essa missão é uma passagem do sacramentalismo para uma vida vivida a partir da Palavra de Deus.
Há um grande sincretismo religioso entre a Igreja e o candomblé por causa do sacramentalismo. Acreditando que o batismo daria a fé por si mesmo, os negros foram batizados sem a devida catequese, permanecendo com sua religião anterior. Mas o batismo não produz a fé, é o resultado de quem já tem fé, por causa da pregação: “Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” (Rm 10,17). Assim o negro sem catequese estava diante da imagem de São Sebastião, mas para ele significava Oxossi, um orixá. Daí as confusões: Jesus Ressuscitado é confundido com Oxalá, Nossa Senhora da Conceição com Iemanjá, São Jorge com Ogum, Santa Bárbara com Iansã, etc. Isto deu um grande mal na Igreja por causa do sacramentalismo. O sacramentalismo é pagão. As pessoas acham que os sacramentos são, não um compromisso com Jesus Cristo, mas uma bênção de sorte e de saúde. Quantos se casam na Igreja porque querem a “bênção” de Deus e nem sabem o que isso significa e a consideram uma sorte para o futuro. Até a Eucaristia, que é o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo. Jesus Cristo é a Palavra de Deus que se fez carne. Se a pessoa recebe a Eucaristia, mas não se alimenta interiormente da Palavra de Jesus Cristo, a recepção da Eucaristia fica sem o seu devido fundamento. Quanta gente quer batizar seus filhos na Igreja e quer ser crismada, mas não comparece às Missas de Domingo nas paróquias...
Por isso é mais que oportuna e necessária a Missão Continental. Jesus Cristo mesmo, só realizou a primeira Eucaristia, na sua Última Ceia, na véspera de sua morte na Cruz, depois de três anos instruindo seus discípulos na Palavra do Senhor. A pregação precede todos os sacramentos e se deve antes crer na pregação para só depois receber os sacramentos. A Missão Continental é necessária. Muitos passam para as seitas porque não conhecem a Palavra do Evangelho e passam a acreditar no Cristo da prosperidade e a dizer “Deus é fiel”, ou seja Deus me vai dar tudo aquilo que o pastor disse que Ele iria me dar porque eu paguei o dízimo. Assim os falsos pastores se enriquecem com os dízimos dos bobos, alimentados por falsas promessas.
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