Assunção de Nossa Senhora
Apocalipse 11,19a; 12,1.3-6a.10ab – Salmo 44
Primeira Carta aos Coríntios 15,20-27a – Lucas 1,39-56
Maria, a mãe de Deus é a Arca da Aliança do Novo Testamento, pois a Aliança Nova e Eterna é o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, seu Filho. Ao aparecer a Arca da Aliança e logo em seguida o “grande sinal” da Mulher vestida de Sol, temos uma indicação joanina dessa verdade. O Evangelho de hoje tem profundas relações com o Segundo Livro de Samuel, capítulo 6,1-12.
“Davi reuniu de novo todo o escol de Israel, ou seja trinta mil homens, e pôs-se a caminho com toda a sua gente, indo a Baalé de Judá, para trazer dali a arca de Deus, sobre a qual é invocado o nome, o nome do Senhor dos exércitos, que se assenta sobre os querubins. Colocaram a arca de Deus num carro novo, e levaram-na da casa de Abinadab, situada na colina. Oza e Aquio, filhos de Abinadab conduziram o carro novo. (Oza ia) junto da arca de Deus e Aquio marchava diante dela. Davi e toda a casa de Israel dançavam com todo o entusiasmo diante do Senhor, e cantavam acompanhados de harpas e de cítaras, de tamborins, de sistros e de címbalos. Quando chegaram à eira de Nacon, Oza estendeu a mão para a arca do Senhor e susteve-a, porque os bois tinham escorregado. Então a cólera do Senhor se inflamou contra Oza; feriu-o Deus por causa de sua imprudência, e Oza morreu ali mesmo, perto da arca de Deus. Davi contristou-se por ter Deus feito essa brecha, ferindo Oza, e por isso chamou àquele lugar Feres-Oza, nome que traz ainda hoje. Naquele dia, Davi teve medo do Senhor, e disse: Como entrará a arca do Senhor em minha casa? E não quis deixá-la entrar em sua casa, na cidade de Davi; mandou levá-la para a casa de Obed-Edom de Get. Ficou a arca do Senhor três meses na casa de Obed-Edom de Get, e o Senhor abençoou-o com toda a sua família. Foi anunciado ao rei que o Senhor abençoava a casa de Obed-Edom e todos os seus bens por causa da arca de Deus. Foi então Davi e fê-la transportar da casa de Obed-Edom para a cidade de Davi, no meio de grandes regozijos” (2Sm 6,1-12).
Vejamos os pontos de contato:
a) Oza morre porque ousou tocar a Arca da Aliança; isso é um sinal da virgindade perpétua de Maria, que não podia ser tocada por José, ela a Arca da Nova Aliança, muito superior à antiga Aliança.
b) Davi dança diante da Arca com todo o entusiasmo. O Cântico de Maria, o famoso Magnificat é um paralelo dessa dança, e mostra todo o entusiamo da Mãe de Deus pela salvação oferecida aos pobres, aos que não colocam sua confiança em seus próprios poderes, mas se colocam na dependência de Deus.
c) Davi diz: “Como entrará a arca do Senhor em minha casa?” (2Sm 6,9). Isabel diz: “Como posso merecer que a Mãe do meu Senhor me venha visitar?” (Lc 1,43). Ambos se consideram indignos de receber a Arca da Aliança de Deus.
d) Maria se define como a “Serva do Senhor” (Lc 1,38), que em hebraico é “Obed-Adon”. A Arca da Antiga Aliança fica na casa de Obed-Edom, num pequeno trocadilho que lembra o paralelo entre as duas passagens.
e) A Arca da Antiga Aliança fica três meses na casa de Obed-Edom. Maria fica também três meses na casa de Isabel.
A Mulher que aparece na Leitura do Apocalipse só pode ser Maria Santíssima, a Mãe de Jesus. Diz-se: “E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro” (Lc 1,5). Essa expressão, em todo o Antigo Testamento só aparece no Salmo 2,9, identificado com o Filho que Deus gera (Salmo 2,7-8). “Vou publicar o decreto do Senhor. Disse-me o Senhor: Tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me; dar-te-ei por herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo. Tu as governarás com cetro de ferro, tu as pulverizarás como um vaso de argila” (Sl 2,7-9). O cetro de ferro em oposição ao vaso de argila mostra o poder do Messias e a fraqueza de seus adversários. Esta expressão “cetro de ferro” só volta a aprecer na Bíblia no Livro do Apocalipse, em três passagens:
“Ele as regerá com cetro de ferro, como se quebra um vaso de argila,” (Ap 2,27).
“Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono” (Ap 12,5).
“De sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações pagãs, porque ele deve governá-las com cetro de ferro e pisar o lagar do vinho da ardente ira do Deus Dominador” (Ap 19,15).
Em todas as três passagens, refere-se ao poder do Messias, do Filho de Deus e de Maria.
Entre Maria e Deus não há a menor separação. Ela é a “cheia de graça” (Lc 1,28). Isto é, Maria não se apossa de nada que Deus lhe deu, tudo, absolutamente tudo que há em Maria continua sendo posse absoluta de Deus, e ela não lhe impõe a menor resistência. Por isso ela é também a Imaculada Conceição, pois não tem marca do pecado original, pretensões de poder humano nem se apóia em criatura alguma, mas somente em Deus. Por isso ela é a pobre e humilde, dependente de Deus que é elevada por Deus. A Assunção de Maria Santíssima é a realização do que ela mesma cantou em seu Cântico na casa de Isabel. O Senhor eleva os humildes. E a elevou logo em corpo e alma à glória celeste, ela, que não tinha a menor marca de pecado. A Assunção de Maria antecipa o que está afirmado na Leitura da Primeira Carta aos Coríntios. Lá se diz: “Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda” (1Cor 15,22-23). Se, como os protestantes, não crêssemos no ministério petrino, que é confirmar os irmãos na fé, teríamos somente a Bíblia e não creríamos na Assunção de Maria Santíssima, como eles não crêem. Disse Jesus Cristo: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos” (Lc 22,31-32). Maria venceu a morte e isso é para nós, seus filhos, causa de grande alegria! Ela está, em corpo e alma, na plena comunhão de vida com seu Filho no Céu. Jesus vive para sempre em Maria e Maria vive para sempre em Jesus.
Apocalipse 11,19a; 12,1.3-6a.10ab – Salmo 44
Primeira Carta aos Coríntios 15,20-27a – Lucas 1,39-56
Maria, a mãe de Deus é a Arca da Aliança do Novo Testamento, pois a Aliança Nova e Eterna é o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, seu Filho. Ao aparecer a Arca da Aliança e logo em seguida o “grande sinal” da Mulher vestida de Sol, temos uma indicação joanina dessa verdade. O Evangelho de hoje tem profundas relações com o Segundo Livro de Samuel, capítulo 6,1-12.
“Davi reuniu de novo todo o escol de Israel, ou seja trinta mil homens, e pôs-se a caminho com toda a sua gente, indo a Baalé de Judá, para trazer dali a arca de Deus, sobre a qual é invocado o nome, o nome do Senhor dos exércitos, que se assenta sobre os querubins. Colocaram a arca de Deus num carro novo, e levaram-na da casa de Abinadab, situada na colina. Oza e Aquio, filhos de Abinadab conduziram o carro novo. (Oza ia) junto da arca de Deus e Aquio marchava diante dela. Davi e toda a casa de Israel dançavam com todo o entusiasmo diante do Senhor, e cantavam acompanhados de harpas e de cítaras, de tamborins, de sistros e de címbalos. Quando chegaram à eira de Nacon, Oza estendeu a mão para a arca do Senhor e susteve-a, porque os bois tinham escorregado. Então a cólera do Senhor se inflamou contra Oza; feriu-o Deus por causa de sua imprudência, e Oza morreu ali mesmo, perto da arca de Deus. Davi contristou-se por ter Deus feito essa brecha, ferindo Oza, e por isso chamou àquele lugar Feres-Oza, nome que traz ainda hoje. Naquele dia, Davi teve medo do Senhor, e disse: Como entrará a arca do Senhor em minha casa? E não quis deixá-la entrar em sua casa, na cidade de Davi; mandou levá-la para a casa de Obed-Edom de Get. Ficou a arca do Senhor três meses na casa de Obed-Edom de Get, e o Senhor abençoou-o com toda a sua família. Foi anunciado ao rei que o Senhor abençoava a casa de Obed-Edom e todos os seus bens por causa da arca de Deus. Foi então Davi e fê-la transportar da casa de Obed-Edom para a cidade de Davi, no meio de grandes regozijos” (2Sm 6,1-12).
Vejamos os pontos de contato:
a) Oza morre porque ousou tocar a Arca da Aliança; isso é um sinal da virgindade perpétua de Maria, que não podia ser tocada por José, ela a Arca da Nova Aliança, muito superior à antiga Aliança.
b) Davi dança diante da Arca com todo o entusiasmo. O Cântico de Maria, o famoso Magnificat é um paralelo dessa dança, e mostra todo o entusiamo da Mãe de Deus pela salvação oferecida aos pobres, aos que não colocam sua confiança em seus próprios poderes, mas se colocam na dependência de Deus.
c) Davi diz: “Como entrará a arca do Senhor em minha casa?” (2Sm 6,9). Isabel diz: “Como posso merecer que a Mãe do meu Senhor me venha visitar?” (Lc 1,43). Ambos se consideram indignos de receber a Arca da Aliança de Deus.
d) Maria se define como a “Serva do Senhor” (Lc 1,38), que em hebraico é “Obed-Adon”. A Arca da Antiga Aliança fica na casa de Obed-Edom, num pequeno trocadilho que lembra o paralelo entre as duas passagens.
e) A Arca da Antiga Aliança fica três meses na casa de Obed-Edom. Maria fica também três meses na casa de Isabel.
A Mulher que aparece na Leitura do Apocalipse só pode ser Maria Santíssima, a Mãe de Jesus. Diz-se: “E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro” (Lc 1,5). Essa expressão, em todo o Antigo Testamento só aparece no Salmo 2,9, identificado com o Filho que Deus gera (Salmo 2,7-8). “Vou publicar o decreto do Senhor. Disse-me o Senhor: Tu és meu filho, eu hoje te gerei. Pede-me; dar-te-ei por herança todas as nações; tu possuirás os confins do mundo. Tu as governarás com cetro de ferro, tu as pulverizarás como um vaso de argila” (Sl 2,7-9). O cetro de ferro em oposição ao vaso de argila mostra o poder do Messias e a fraqueza de seus adversários. Esta expressão “cetro de ferro” só volta a aprecer na Bíblia no Livro do Apocalipse, em três passagens:
“Ele as regerá com cetro de ferro, como se quebra um vaso de argila,” (Ap 2,27).
“Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi arrebatado para junto de Deus e do seu trono” (Ap 12,5).
“De sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações pagãs, porque ele deve governá-las com cetro de ferro e pisar o lagar do vinho da ardente ira do Deus Dominador” (Ap 19,15).
Em todas as três passagens, refere-se ao poder do Messias, do Filho de Deus e de Maria.
Entre Maria e Deus não há a menor separação. Ela é a “cheia de graça” (Lc 1,28). Isto é, Maria não se apossa de nada que Deus lhe deu, tudo, absolutamente tudo que há em Maria continua sendo posse absoluta de Deus, e ela não lhe impõe a menor resistência. Por isso ela é também a Imaculada Conceição, pois não tem marca do pecado original, pretensões de poder humano nem se apóia em criatura alguma, mas somente em Deus. Por isso ela é a pobre e humilde, dependente de Deus que é elevada por Deus. A Assunção de Maria Santíssima é a realização do que ela mesma cantou em seu Cântico na casa de Isabel. O Senhor eleva os humildes. E a elevou logo em corpo e alma à glória celeste, ela, que não tinha a menor marca de pecado. A Assunção de Maria antecipa o que está afirmado na Leitura da Primeira Carta aos Coríntios. Lá se diz: “Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda” (1Cor 15,22-23). Se, como os protestantes, não crêssemos no ministério petrino, que é confirmar os irmãos na fé, teríamos somente a Bíblia e não creríamos na Assunção de Maria Santíssima, como eles não crêem. Disse Jesus Cristo: “Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos” (Lc 22,31-32). Maria venceu a morte e isso é para nós, seus filhos, causa de grande alegria! Ela está, em corpo e alma, na plena comunhão de vida com seu Filho no Céu. Jesus vive para sempre em Maria e Maria vive para sempre em Jesus.
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