terça-feira, 26 de maio de 2009

Terceiro Domingo de Páscoa

TERCEIRO DOMINGO DA PÁSCOA – ANO B – 2009

At 3,13-15.17-19 – Sl 4 – 1Jo 2,1-5a – Lc 24,35-48

Rezávamos no domingo passado: “Ó Deus de eterna misericórdia, que reacendeis a fé do vosso povo na renovação da festa pascal, aumentai a graça que nos destes. E fazei que compreendamos melhor o Batismo que nos lavou, o Espírito que nos deu nova vida, e o Sangue que nos redimiu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”. As leituras deste domingo nos servem bem para meditar sobre o Batismo, o Espírito Santo e o Sangue de Cristo, para compreendermos melhor como nos salvam. O grande fruto da Páscoa de Jesus Cristo para todos nós é a doação do Espírito Santo, que nos faz vencer os instintos de nossa carne, as sugestões do mundo pecador e o demônio tentador. As leituras de hoje podem ser entendidas como exemplos das ações do Espírito Santo nas almas dos fiéis.
Na Leitura dos Atos dos Apóstolos vemos como o mesmo São Pedro que se intimidou na quinta e na sexta-feira santa e negou conhecer Jesus três vezes afirma corajosamente a ressurreição e a glorificação de Jesus Cristo, pregação que lhe provocará a ira do Sinédrio, prisões e flagelações. Mas a sua mudança não foi só na coragem, não é uma coragem de destemor somente, mas é uma coragem apostólica, movida pelo desejo de salvar as pessoas: “Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados” (At 3,19), diz São Pedro. O Espírito Santo tira o medo, mas não por orgulho, mas por amor da salvação das pessoas. Nós, cristãos, não devemos ter vergonha da nossa fé, mas saber que o nosso testemunho de fé cristã pode ser ocasião de salvação para as pessoas, embora outras prefiram permanecer nas trevas.
No Salmo vemos como o Espírito Santo nos move à oração, e uma oração em que pedimos a vida eterna – o esplendor da face de Deus – como realização de felicidade máxima: “Muitos há que se perguntam: ‘Quem nos dá felicidade?’ Sobre nós fazei brilhar o esplendor da vossa face” (Sl 4,7). Se vivemos segundo o Espírito Santo não haverá para nós felicidade mais desejada do que alcançar a vida eterna, ver Deus face a face: “Felizes os puros de coração porque eles verão a Deus” (Mt 5,8). O Espírito Santo purifica o nosso coração e as nossas intenções e desejos, para que desejemos só o que agrada a Deus e nunca o que O desagrada.
Na Primeira Carta de São João vemos como o Espírito Santo nos faz confiar em Jesus como nosso Defensor e como Misericórdia do Pai diante dos nossos pecados. “Sabemos, de fato, que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido ao pecado. Não entendo, absolutamente, o que faço, pois não faço o que quero; faço o que aborreço. E, se faço o que não quero, reconheço que a lei é boa. Mas, então, não sou eu que o faço, mas o pecado que em mim habita. Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo. Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita. Encontro, pois, em mim esta lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal. Deleito-me na lei de Deus, no íntimo do meu ser. Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos meus membros. Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me acarreta a morte?... Graças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!” (Rm 7,14-25). O Espírito nos faz desejar nunca ofender Deus, mas se devido à fraqueza de nossa carne O ofendemos, mantemos a paz, na confiança em sua misericórdia. Este trecho da Carta de São João também nos ensina que o Espírito nos move a desejar conhecer Jesus Cristo cada vez mais e guardar os seus mandamentos, que é ter uma amor crucificado, como o d’Ele, aos nossos irmãos. O Espírito Santo nos faz guardar a Palavra de Deus em nossos atos.
No Evangelho de São Lucas vemos como o Espírito Santo nos abre para receber a paz de Cristo e nada temer de tudo quanto puder a vir a nos acontecer. E nos impele a crer no Cristo Ressuscitado, crer na ressurreição da carne, e nos dá inteligência para entendermos as Escrituras – o segundo dom do Espírito Santo. “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”.

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