segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Natal de Jesus Cristo

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo

Missa da Noite

Isaias 9,1-6 – Salmo 95 – Tito 2,11-14 – Lucas 2,1-14

Como se diz na Oração antes das Leituras, o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo está ligado à salvação: “Deus [Pai] ... concedei, que tendo vislumbrado na terra este mistério, possamos gozar no Céu sua plenitude”. O Advento e o Natal estão sempre em função da salvação final, pois sem essa salvação de nada adianta todo o amor de Deus por nós.

A Leitura de Isaias figura o menino Jesus como uma luz nas trevas. Mais tarde o próprio Jesus Cristo dirá: “Falou-lhes outra vez Jesus: Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). Essa luz é também causa de grande alegria e felicidade. Jesus Cristo aparece na Leitura como Libertador do jugo que oprime o povo. Figura Jesus também como um Rei de Paz eterna, que nunca acabará. Quem realizará toda essa alegria, felicidade, libertação e Paz será o amor zeloso de Deus.

O Salmo é uma celebração da alegria trazida pela Leitura de Isaias.

A Carta a Tito lembra a doutrina paulina do batismo como uma morte para este mundo e um nascimento para Deus (cf. Romanos 6,3-13). Por isso diz para não vivermos neste mundo segundo a impiedade e paixões humanas, mas com equilíbrio, justiça e piedade, frutos do Espírito Santo, “aguardando a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (Tito 2,13). Também aqui vemos o Natal em perspectiva de salvação final. Lembra também a misericórdia do Coração de Jesus que irá perdoar os pecadores – contra as condenações da Lei de Moisés interpretadas pelos fariseus – libertando-os do mal e liberando-os a praticar o bem.

O Evangelho de São Lucas traz a narração dos fatos relativos ao nascimento de Jesus Cristo. Traz porém, alguns conselhos evangélicos desde o início, que seriam repetidos pelo Senhor Jesus. Os anjos dizem aos pastores: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria”. Jesus vem para nos libertar do medo e para trazer uma alegria eterna aos homens pecadores e penitentes. Traz também os sinais da pobreza do Salvador: “Encontrareis um recém-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura”. Jesus é pobre porque não colocará nunca sua confiança, durante toda a sua vida em nenhum fruto do trabalho humano, nem dinheiro, nem fama, nem poder, mas tão somente em Deus, seu Pai. Seu alimento será fazer a vontade de seu Pai (João 4,31-34; Mateus 26,39 e paralelos). E aquele que se dará em alimento na Eucaristia já é colocado numa manjedoura, lugar do alimento dos animais. Toda a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo realizarão a glória do Pai eterno e a paz aos homens por Deus amados (Lucas 1,14), conforme cantam os anjos.

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo

Missa do Dia

Isaias 52,7-10 – Salmo 97 – Hebreus 1,1-6 – João 1,1-18

Também aqui, a oração antes das Leituras afirma a salvação eterna: “Ó Deus [Pai], que admiravelmente criastes a pessoa humana [à vossa imagem] e mais admiravelmente restabelecestes sua dignidade, dai-nos participar da divindade do Vosso Filho, que se dignou assumir a nossa humanidade”.

A Leitura do profeta Isaias louva os passos dos que anunciam a boa notícia e já coloca o nascimento de Jesus Cristo na linha do Reino de Deus, que só se consumará no último dia. “Reina o teu Deus!” (Isaias 52,7). Contrapõe as nações humanas a Deus, como dois poderes em luta, a pessoa humana querendo ser deus sem comunhão com o Deus verdadeiro – segundo a tentação que satanás colocou desde o início (Genesis 3,5) – e Deus sendo mais forte, salvará os que aceitarem entrar no Seu Reino. E anuncia a salvação universal, e não só para Israel: “todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus” (Isaias 52,10). O Salmo celebra essa salvação universal.

A Carta aos Hebreus, em seu início, contém um cântico de salvação em que Jesus Cristo é descrito como o Filho pelo qual Deus fala aos homens, é o esplendor da glória de Deus, artífice do universo e herdeiro de todas as coisas, em particular as pessoas salvas por Ele. É também o sustentáculo do Universo, pelo poder de Sua Palavra, e é superior aos anjos, embora, ao se fazer homem tenha se submetido por um tempo a ser-lhes inferior. Por isso, os anjos devem adorá-Lo.

O Evangelho de São João traz o seu sublime Prólogo. Pontos a ressaltar nesse prólogo são Jesus Cristo como a Sabedoria com a qual Deus criou tudo o que existe e sem Ela nada fez. Também é de ressaltar o desencontro: Jesus é a Vida (João 11,25; 14,6). Os homens, porém, para quem “a vida era a luz dos homens” (João 1,4), não encontram em Jesus Cristo a Vida, mas “o mundo não quis conhecê-La” (João 1,10), o matam e rejeitam. A pessoa humana quer ter o seu reino nesta terra marcada pelo pecado e pela morte, sem perceber que tudo nesta terra é muito passageiro. Jesus Cristo tem “um Reino que não é deste mundo” (João 18,36), um Reino sem morte e sem pecado, sem dominação de uma pessoa sobre outra, sem enganos e sem mentiras. “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós” (João 1,14). Esta é a confissão de Jesus Cristo como a Palavra criadora do Pai, a Sabedoria sem a qual nada foi feito (Provérbios 8,22-33). E aparece a magnífica figura de São João Batista, que não é a Luz, mas vem para dar testemunho da Luz. Na figura de São João Batista, estão retratados todos os Apóstolos do Senhor Jesus Cristo, que anunciam sua Encarnação Divina, que passou fazendo o bem, sua morte e sua ressurreição e ascensão à direita do Pai (Atos 10,36-42). Este sublime prólogo pode ser causa de muitas outras reflexões ainda, sendo inesgotável.

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