quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

3.º Domingo do Advento

Terceiro Domingo do Advento

Sofonias 3,14-18a – Isaias 12,2-6 – Filipenses 4,4-7 – Lucas 3,10-18

Todo o Advento é um tempo de esperança, de alegria, pela perspectiva da vida eterna, sem males e preocupações, sem medos. Mas este domingo é marcado particularmente pelos sentimentos de alegria. Até o roxo cede lugar ao cor-de-rosa. Esta alegria se baseia, como diz a Leitura de Sofonias em que o Senhor Deus revogou a sentença de condenação e afastou os inimigos dos filhos de Deus e estes agora estão sob a misericórdia do Senhor. Como sempre a mensagem do Advento é “não te deixes levar pelo desânimo” (Sf 3,16). Isto significa, como diz a Carta aos Romanos, “Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios” (Romanos 8,28). Ora se tudo concorre para o bem dos que amam a Deus, sejam as coisas agradáveis, sejam as cruzes, devemos viver com muita intensidade a vida sem temer as cruzes, pois elas são permitidas por Deus para o nosso bem. Vive a vida com intensidade quem não julga os dias se são bons ou maus, mas aceitam todas as realidades com o mesmo ânimo. E não se abatem diante das dificuldades, mas buscam tranquilamente as soluções. Isso é uma vida com Deus, em que se agradece todos os dias a Deus com muita gratidão. Diz o início de cada prefácio das Missas: é nosso dever e salvação dar-vos graças em todo tempo e lugar. Devemos morrer agradecendo a Deus o dom da vida. Quem não recebe a vida não pode morrer. E Deus tem uma vida divina e eterna para dar aos que vivem assim intensamente e em gratidão a Deus seus dias. Na Leitura de Sofonias também a Presença de Deus no meio do seu povo é um motivo de ânimo. Ainda mais no Novo Testamento, em que o templo de Deus não é de tijolos, mas são os nossos corpos, onde Deus se compraz em morar pela virtude do Espírito Santo que nos une ao Pai e ao Filho.

A Carta aos Filipenses foi escrita por São Paulo no cárcere, mas nada tem de lamentação. São Paulo se alegrava nos sofrimentos suportados por Jesus Cristo. “Ainda que tenha de derramar o meu sangue sobre o sacrifício em homenagem à vossa fé, eu me alegro e vos felicito” (Filipenses 2,17). “Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja” (Colossenses 1,24). Pelo contrário é uma Carta cheia de mensagens de alegria, esperança e despreocupação. “Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas com ações de graças. E a paz de Deus (a paz de Jesus Cristo que a gente dá na Missa), que ultrapassa todo o entendimento, guardará vossos corações e pensamentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4,6-7). A alegria é estar “no colo” de Deus sob sua total proteção, o que se dá mesmo no dia da nossa morte, pois Ele nos dará vida divina e eterna.

O Evangelho de São Lucas nos traz a pregação de São João Batista que nos traz aspectos dessa despreocupação e tranqüilidade em Deus. As pessoas não precisam acumular dinheiro – o que é uma das maiores preocupações das pessoas – pois o dinheiro em excesso não dá paz, pode ser até isca para ladrões e assassinos, como ocorre freqüentemente. São João Batista também dá um motivo de alegria quando sabe bem que é humilde diante do Senhor, que não é o Messias e nem é digno de desamarrar suas sandálias. Uma das causas de preocupações das pessoas é a própria afirmação pessoal em que cada um quer ser mais do que é. São João Batista sabe bem do seu tamanho e por esta razão é feliz. Não quer ser mais do que é. Esta humildade é causa de tranqüilidade para a alma e para a pessoa. O orgulho pesa, obriga a pessoa a querer ser mais do que é e é causa constante de frustração e infelicidade. A humildade é causa de alegria. A pessoa se aceita como é. “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e recebei minha doutrina, porque eu sou manso e humilde de coração e achareis o repouso para as vossas almas. Porque meu jugo é suave e meu peso é leve” (Mateus 11,28-30). A Cruz de Jesus Cristo para os humildes não é um peso, mas é fonte de Paz.

Um comentário:

  1. Poxa Padre, esses dissernimetos das leituras estão muito bons!!! Tô até fazendo umas colas pros domingos!!!

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